
Entrevistámos Célio Taveira, especialista em trabalhos verticais
Célio Taveira é colaborador da Britamontes e técnico de trabalhos verticais. Foi através de um amigo, que lhe deu a conhecer o potencial do trabalho em altura, que decidiu fazer as formações necessárias e aplicar as técnicas aprendidas em trabalhos de construção civil.
“Este é um trabalho que implica uma preparação física, mas essencialmente psicológica: penso sempre na minha família e isso torna-me mais cuidadoso e cauteloso. Nunca podemos descurar o cuidado com o nosso material e equipamento: no meu caso, uso uma corda de alta resistência de 1800 kilos, cinto com arnês e todos os itens de segurança que me sustêm junto ao ponto de descida. Além disso, são sempre utilizadas as técnicas que nos são passadas nas formações”.

“Trabalhar sozinho, em altura, também pode ser desafiante. Em muitos trabalhos pequenos e simples, não existe a necessidade de estar mais do que um técnico de trabalho vertical, apenas se mantém um assistente no solo. Em trabalhos de maior dimensão, aí sim, torna-se mais rentável uma equipa de trabalho em altura.”
Antes de se dar início a um projeto com recurso a trabalhos verticais é feito um estudo prévio da obra e um levantamento de todas as necessidades quer em termos de técnicas, quer em termos de materiais: “Depois desta verificação, o decurso dos trabalhos torna-se muito mais ágil e eficaz.”

“A não utilização de andaimes nos trabalhos verticais é uma mais-valia a vários níveis – reforça Célio – se, por um lado, não ter de montar andaimes já representa uma poupança, o acesso privilegiado a zonas inacessíveis até com andaime é a garantia de um trabalho mais preciso e rigoroso”.
Ser técnico de trabalhos verticais, e trabalhar em altura, pode trazer alguns desafios, mas traz também um ângulo de visão único sobre o trabalho a desenvolver.
Célio recorda alguns trabalhos de maior dificuldade em que trabalhou sozinho, mas destaca a obra de que mais se orgulha: “Trabalhei num edifício muito original no Parque das Nações que se parecia com um barco. O esquema de pintura era muito colorido e o resultado final foi muito bonito e ilustrativo das potencialidades deste trabalho. Seria como se fosse a minha Mona Lisa, a minha obra prima foi aquela!”.
